tem gente que não percebe que a maior parte da bosta (ou da nuvem) em que está metida é causada por ela mesma.
quero dizer que aquela frase eternamente clichê do pequeno príncipe de “tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas” faz mais sentido do que parece. eu acho a frase meio pesada quando se trata do micro, como se você não pudesse desapaixonar e querer terminar e partir pra outra, mas acho que faz sentido no macro. você é responsável por onde está e pelo que causa na pessoa que está ao seu lado. se você de repente se pega oscilando entre “estamos tentando ter um filho” e “acho que quero me separar”, a culpa é sua da sua vida parecer um pouco mais fora de controle do que a do amiguinho do lado.
desejar e tentar manter um certo equilíbrio dentro da relação, para que esse equilíbrio seja projetado nas outras áreas da sua vida, não é besteira. equilíbrio não é inércia e requer, sim, bastante cuidado. se as coisas não estão bem no relacionamento, o ideal é tentar resolver de forma madura, e não achar que relacionamentos têm vida própria e vão continuar (ou acabar) mesmo que você se esforce. um assunto que tem feito muita diferença nos casais à minha volta (e da nossa geração toda, né?) é: ter ou não ter filhos.
hoje em dia, acho muito mais saudável quem conversa sobre o assunto abertamente (e cedo, às vezes no começo do relacionamento) do que quem deixa para tratar isso num domingo qualquer (ou na primeira crise, pior momento ever). filho não conserta casamento, não é um passo natural para as relações, mas merece atenção. exatamente para não tomar mais espaço do que precisa (ou não) na sua relação. e o jeito que você vai lidar com esse assunto diz muito mais sobre a saúde do seu relacionamento do que você imagina. se a conversa sobre ter filhos sair do controle… pode significar tormenta à vista.